quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Reflexão da lua crescente: o megafone

Então tem dias que não amanheço e noites que não adormeço. Processo criativo não escolhe horários. Não há regras. Mas em geral as palavras vertem com mais facilidade na madrugada. Até porque escritor não combina com mulher que lava roupa, passa, limpa a casa, faz comida, cuida de jardim, de gatos e cachorro. Absolutamente não combina. De dia lavo e cozinho, de madrugada escrevo e invento.

Confesso que não pretendia escrever nada. Estava aqui apenas decifrando a maneira de trocar a capa do blog, as letras, as cores e minha foto em versão ruiva.

Então pesquisando algumas fotos vi um pensamento de um escritor inglês, provavelmente meu parente, que disse algo que me tocou muito profundamente, porém escreveria o contrário. A humanidade é que usa um megafone em seu sofrimento descomunal e avassalador para se fazer
Afinal, quem é surdo!
ouvir. Parece que o Criador está tão longe e absorto em seus pensamentos que não nos escuta; as orações e preces são perdidas, as meditações são muito superficiais e rápidas, tão velozes que escapam do sentido de Deus. Imagine-se no lugar dele, a trabalheira! Entendo. Mas não custa insistir para que ouça o clamor desse planeta que se esfarela em dor, lágrimas, sangue e atrocidades.

Ou Deus está passando por deficiência auditiva e nós estamos passando por essa mania incômoda de sussurrar preces na tentativa de não causar incômodo. Na verdade, dá vontade de gritar!

E ainda sem vontade de dormir e descansar, acho que vou tomar café e comer um pão, que compartilho com vocês...

Tenham um bom dia. 

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