quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Antes de dormir vejo imagens

Agora ainda estou pesquisando alguma coisa sobre a imagem que vi ontem antes de dormir; situação como essa é quase que diária: antes de dormir, com olhos fechados, luz apagada vejo imagens, algumas paradas, outras em movimento como se fosse um filme. O que enxergo não tem nada a ver com meu cotidiano, as imagens são inexplicáveis, pelo menos, racionalmente.

Creio que nem todo o mundo tem esta experiência, essa de ver imagens, mas não está dormindo, ainda está na vigília.

Ontem, antes de adormecer e ter o sonho relatado abaixo, vi um grupo de pequenos índios, tive a sensação de serem de alguma tribo africana. Não eram índios adultos, eram crianças, por isso eram pequenos. Mas o que chamou a atenção foi o fato de todos eles terem uma guampa no centro da testa, como os unicórnios.

Não tenho muitos livros de esoterismo, por isso fui pesquisar a relação do unicórnio e pessoas. E acabei tendo o conhecimento que o unicórnio pode ser um símbolo do terceiro olho, relacionado à atividade da glândula pineal, uma pequena glândula situada na parte posterior do cérebro. Também compartilho que é por causa dela que temos contato com outras dimensões ou mundo espiritual.

Então posso supor que além da minha glândula pineal estar se manifestando em minha vida, pessoas que enxergo também podem estar sintonizadas de alguma forma comigo, e os vejo antes de adormecer.

Os pequenos índios eram em grupo bem unido de três ou quatro. Seguravam uma lança. Como me saudassem. E tinham cornos no meio da testa. Estranho.

Ou simplesmente estavam a me comunicar que a ativação do meu terceiro olho estava sendo definitivamente manipulada, amadurecida. Pronto: minha terceira visão também está positivamente madura.

Quatro abortos eu tive: o número de pequenos índios também é quatro. Será, Mãe Deusa, que o fato de ter passado tudo o que passei (bebês mortos não choram), possa ter contribuído para minha descoberta e elevação da mediunidade, sendo degraus para uma vida espiritual ativa? Pode ser. Nada é por acaso.

Inquietante

Nem sempre lembro de sonhos, mas o que tive a noite passada me deixou inquieta, como se pudesse ser algum tipo de aviso do pessoal de outra dimensão. A meu lado (esquerdo) no sonho estava uma mulher que já morreu. Gostava dela e sei que gostava de mim também.

No sonho, não falou nada, apenas estava a meu lado, sem que eu pudesse olhar sua face. Apenas estava ali, me escutando dizer que não podia estar grávida, pois não menstruo mais. Portanto, estava no sonho vivendo minha realidade de agora, e a mulher pertence a meu passado.

No sonho estava sentada, ela de pé. Preparava-me para fazer um teste definitivo para ter certeza da gravidez.

Já sonhei muitas vezes com minha gravidez. Um dos últimos, estava sentada na frente de um médico todo vestido de branco que me atendia, pois estava grávida. Ele mesmo espetou uma agulha na minha veia para retirar sangue. A dor da espetada acordou-me. 

Os sonhos são muitas vezes simbólicos. Entretanto, também podem ser avisos ou lembranças de passeio nossos em outros mundos.

Pela manhã, acordei feliz com a possibilidade quase milagrosa de poder estar grávida, mas com um sentimento de vazio e inquietude.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Com que roupa que vou?

Esta é a pergunta comum a quase todas as mulheres. Em dúvida, abre seu armário e se depara com várias roupas, vestidos, sapatos, acessórios e fica experimentando, olha-se no espelho, não agrada e joga tudo em cima da cama, formando uma montanha. Se a mulher é de Libra então, duas vezes maior o problema. Se tiver o ascendente em Peixes, as roupas ficarão ali empilhadas para sempre.... Pergunta a opinião do marido, da amiga, da mãe. Com que roupa que eu vou é um stress.

Comigo é diferente. Nunca tive maiores problemas para escolher meu look, Naturalmente depende do meu humor e do que quero impressionar numa festa. Se não encontro nada adequado, compro.

Mas não é sobre este problema feminino que quero escrever. Com que roupa eu vou vai mais além. Como me vestirão quando morrer. Isso me preocupa desde que me conheço por mulher, mulher vaidosa que tem Vênus na casa quatro, do final da vida e do senhor Saturno em Libra em conjunção com o regente da casa 8, da minha morte. Deste modo, sempre foi uma preocupação em "estar bonita" dentro do caixão, como se isso seja importante. Quando morremos, nada mais importa!

Mas ainda assim e acima de tudo quero morrer vestida e arrumada. Maquilagem. Quando me olharem dentro do caixão quero causar boa impressão e ouvir alguém amável dizer:

- Que bonita, parece estar dormindo...

Não me pergunte como, mas sei agora que não morrerei de acidente que me desfigure o corpo. Sei que morrerei num hospital; o coma virá primeiro. Talvez de um mal nos rins, bexiga ou sistema vascular. Não pretendo morrer de câncer.Apesar de que o emagrecimento que essa doença cause me deixará elegante...

Não quero que meu cabelo esteja desarrumado ou sem tintura, deixando branco na raiz. Simplesmente quero estar bonita. Sem algodão nas minhas narinas (coisa feia!) Quero estar com meus brincos grandes de cigana. Talvez uma saia transparente indiana, blusa que deixa os ombros à mostra. Perfumada. Sapatilhas de bailarina.
Não quero que ninguém chore. Não me cremem, por favor nem doem meus órgãos. Apesar que terei uma certa idade avançada para que isso aconteça.

Não quero morrer afogada, queimada ou atropelada; desse modo ficarei muito feia.

Então terei uma morte tranquila, onde minha alma se desprenderá com tranquilidade. Não me sepultem rapidamente, dê o tempo necessário para que esta transição aconteça.

Então amigos, marido, familiares, sobrinhos, quero estar bonita. E meu último desejo: um gaiteiro tocará sua música escocesa tradicional para esta partida desta vida, onde fui impedida de ser, mas não de morrer.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Bruxa solitária

Com minha mochila nas costas já andei por todas as searas.


Talvez solitária não seja o termo correto, pois sinto a minha volta meus guardiões, anjo da guarda, diabo da guarda. Tudo o que sei aprendi sozinha. Alguma fase mais difícil procurava ajuda de mãe de santo, tarólogo, astrólogo ou mesmo alguma amiga mais experiente.


No mais das vezes, sinto-me muito sozinha, sentindo minhas reações a determinadas circunstâncias. Tenho uma vida interior movimentada por causa disso. Aprende-se muito mais convivendo consigo mesma, olhando-se no espelho sem máscara. Em geral, minha intuição é tão intensa e abrangente que vou seguindo o que ela manda. E o que manda é a magia mental. Faço muito mais magias em minha mente do que ficar em frente a meu altar e traçar pentagramas com meu atame, acender velas e incenso. Muito raramente isso acontece. Prefiro exercitar e disciplinar minha mente e meus sentidos. Os sonhos vem como sinalizações, minha interação com a natureza complementa minha magia ou me alerta para alguma coisa.

Gostaria de formar um grupo de estudos, dar iniciação a outros, fazer um coven. Mas isso ainda não me foi permitido. Esta bagagem e magia interior complementa meu trabalho com astrologia.

Confesso que já interpretei mapa natal sem ver. Ou seja, calculava, desenhava a mandala, lia os pontos principais e só. Escrevia um tratado com a interpretação. Vez em quando dava uma olhada no mapa da pessoa para conferir se aquilo que escrevia tinha a ver. Sempre tinha.

Então minha magia pessoal complementa de modo perfeito meu trabalho de astróloga. E isso me encanta.

Mesmo aqui na net, posso digitar algo para as pessoas que querem seu mapa natal. Então já saio falando sem mesmo saber seu mapa astral. Ou então minha intuição está aumentando a extremos incompreensíveis. Talvez seja minha Lua progredida em Áries fazendo conjunção com Urano que ingressou recentemente neste signo, ambos na minha casa oito do mapa natal. A Lua é o planeta regente do meu mapa.

Em outra oportunidade, contarei como foi minha iniciação na astrologia, quando estudava e calculava mapa e as luzes da casa piscavam... muito estranho.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Contraste que dói

Dificilmente deixo de abrir meu blog, e sempre que venho aqui para ler, reler, me inspirar, escuto a música que marca este lugar virtual, o som de gaita-de-foles.


Quase sempre estou aqui de noite, então o som escocês parece combinar com a escuridão da rua ou do meu escritório. Não combina com o calor infernal que tem feito.


Especialmente hoje, por volta do meio-dia, eis-me aqui sentada na frente da telinha despejando o que me vai no interior. Clico no som e enquanto ouço inebriada, fecho os olhos e posso sentir a umidade, o frio, a neblina, o cheiro marinho e o sabor do uísque das terras escocesas.  Lá mora gente que tem a ver comigo! Meus antepassados, minha magia.


O gaiteiro continua  tocando. Então abro os olhos e vejo a rua, meu jardim pela janela. E a luz solar intensa faz com que eu volte à realidade, minha realidade brasileira. Brasil, um país com luz acesa, sem penumbra, sem fog, sem cheiro de mar. Brasil só fica no escuro de noite mesmo. De dia a claridade me dói, ofusca meus olhos, e minha glândula pineal deixa de funcionar. Deve ser por isso que produzo e crio melhor à noite, quando deveria estar dormindo.


Imagine aquele gaiteiro ali da foto, com todo aquele paramento, estar num cenário tipicamente brasileiro; ao fundo o Corcovado ou uma praia do Nordeste; imagine o céu azul anil e luminoso ofuscando enquanto ele assopra os acordes e pressiona o fole. Imagine que isso não faz o menor sentido.


Sua glândula pineal também só funciona à noite, no escuro. Na astrologia é regida pelo planeta Netuno. Permita-se viver na penumbra. Chega de sol!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Seu corpo nas outras dimensões

A exemplo do que foi recomendado no artigo anterior sobre o ato do sonhar tendo como start o seu próprio orgasmo solitário, muitas outas práticas também podem levá-lo ao êxtase acessando outras dimensões, ou mesmo recebendo a presença mágica de seu guardião protetor, seu orixá, sua entidade ou o que for.

Quando estou disposta boto uma música flamenca em alto volume e sinto em meu corpo as vibrações, ou mesmo a "ocupação" mediúnica, a conexão com minha cigana. Bota a música, ela vem, toda faceira, como se a estivesse reverenciando. Talvez melhor do que uma oferenda. Meu corpo dança no ritmo que ela imprime. Rodo a saia de pé no chão, danço por toda a casa, como se uma "limpeza" estivesse sendo feita. Acendo incenso e giro pela casa.

Assim também ocorre quando pego meu tambor para conectar-me com a Mãe Terra, a natureza, o que de mais puro há dentro de mim.

Quando sento em meditação, meu corpo descansa, relaxa, meu centro fica tranquilo, e então também posso evadir-me da realidade e ir para outra, onde encontro o que busco, respostas. Posso enxergar outras dimensões e ver acontecimentos ou vidas passadas.

Portanto, seu corpo é seu veículo, pelo menos enquanto aqui estiver ligado neste plano denso.

A conjunção de Vênus transitando em Áries e fazendo conjunção com Urano que também está em Áries proporciona esta vontade de desvendar meus véus e compartilhar. Estes planetas estão na minha casa oito, portanto, cenário apropriado para experiências psíquicas intensas.

Minha cigana vem quando danço música flamenca
  

Sonhos lúcidos e o orgasmo feminino

É o título de um livro interessantíssimo de Florinda Donner. Li umas duzentas vezes. Um livro de pesquisa para quem curte a feitiçaria e seu aprimoramento. Ela é da mesma "tribo" de Carlos Castaneda, a quem adoro. Dele acho que li todos. 

Aqui atrás de mim há uma grande estante com todos os meus livros e obras de astrologia: tesouro inestimável. Obras de demonologia, satanismo, bruxaria wicca, outros obrigatórios na iniciação de qualquer bruxa. Há inclusive um pequeno livro sobre as idéias de Einstein. Parapsicologia, ufologia e muitos de terror, dos mestres nesta categoria. Radiestesia, geobiologia e xamanismo. Posso descrever-me como estudante de ocultismo, tão grande a variedade. Meus livros de consulta não empresto.

Ao lado do abajur com pé, fraca luz ilumina apenas meu teclado. Tudo o mais em penumbra. Virei-me para procurar Sonhos Lúcidos, mas não achei, está escuro, e com sono o bastante para ir para a cama.

ORGASMO E FEITIÇARIA




Sei que muito se tem escrito sobre isso, mas garanto que ninguém ainda ouviu falar que ter um orgasmo sozinha, ou seja, se masturbando, você tendo esta consciência, pode engatilhar um sonho lúcido verdadeiro quando for dormir. É como apertar um botão. Masturbe-se e sonhe de verdade. Isso está em um dos capítulos do livro de Donner. Mulheres são sonhadoras por natureza. Não o sonhar romântico, mas o ato de sonhar e interagir com seu sonho: um feito mágico. Só serve para mulheres.

Se tens esta habilidade - ou seja - és uma sonhadora, tente. Verá que funciona. Boa noite. Bons sonhos.
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O livro custa 44,90 reais.

Mais informações:

Em "Sonhos Lúcidos", Florinda Donner presenteia o leitor com o registro autobiográfifi co de sua iniciação no reino da feitiçaria e apresenta os mistérios do extraordinário mundo de bruxos e bruxas sob uma perspectiva feminina. Guiada pelo ilustre antropólogo Carlos Castaneda em suas experiências com os índios yaqui, a autora descobre um universo cheio de encantamentos, em que o dom de se transformar em animais, a capacidade de voar ou de permanecer consciente durante os sonhos e a percepção – visual e física – de outra realidade desconstroem todas as concepções a respeito do tempo, do espaço e da própria existência.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Agora quem deu o trote fui eu

Agora ele ouve só o tutututututututut....
Não tive escolha: ou era a ocorrência na polícia com os três celulares do insistente se fazendo de burro ou louco, ou trocava o número do telefone. Achei mais coerente optar pela última alternativa. Só que um trabalho sem tamanho ter que avisar meus contatos, amigos e parentes que o meu telefone mudou de número. Tudo por causa de um louco irresponsável.

Dá-me prazer imaginar ele ligando para o número antigo e ouvir sempre o mesmo tututututututututututututu...

Adeus!

Blog de cara nova

E jeito muito particular de ser e de se ler. Aqui não há contos de fadas, há contos de bruxa, mulheres mal-compreendidas, algumas excluídas e pouco amparadas. Aprendem a viver com elas mesmas, na solidão de sua casa, em geral afastada dos grandes centros. É necessário comungar com a Natureza, escutar o vento, silêncio, o canto dos pássaros e sentir em seu corpo a mudança da lua. Mulheres lunares que sonham feitiços e transformam pessoas e situações.

Agora não precisa ser membro deste site para expressar sua opinião. Digite, lerei e aprovarei se achar conveniente. Esteja à vontade.

Feliz lua cheia, uma fase poderosa e que mexe muito com nosso emocional, nosso corpo e nossa vida! Acredite, é uma fase lunar de resultados. Preste atenção. 

Brasil, meu país errado

Não que este país seja errado, eu que me enganei pedindo para nascer aqui. Devo lá ter meus motivos. Não gosto do sol de cozinhar miolos, claridade o dia inteiro, vento quente, calor infernal de quase 40 graus, no inverno 4 ou menos do que isso. Não aprecio cerveja estupidamente gelada, praias lotadas, modinhas passageiras, a cultura de Big Brother e outras produções semelhantes, não vejo novelas, nem da Globo nem de outras emissoras; não votei no Lula nem no Collor de Melo; não aprecio PT e me causa revolta a cultura do povo que carece de informações e se deixa manipular desde tempos da ditadura, do militarismo, da tortura e perseguição política. Também me causa arrepios de medo de ter que ser atendida pelo SUS, de morrer na fila à espera de uma consulta de 2 segundos com um médico nem te olha na cara. Não gosto de carnaval, até me esforcei, mas não consegui. Um dos bailes que fui dei de vassoura num cara que me agarrou sem que desse permissão. Não gosto de música sertaneja e me dá enjôo ouvir agora o tempo inteiro "Nossa, nossa, assim você me mata, delícia, delícia..." Não gosto de funk, chorinho ou da egüinha Pocotó nem dos desfiles das escolas de samba no Rio ou São Paulo, muito menos os blocos de rua de Salvador, na Bahia.

Não sei o que faço aqui. Sinto-me presa e sufocada neste calor de hoje, suor escorrendo, apesar do ventilador ligado em cima de mim. Mosquitos me rondam esfomeados...

Quem sabe um dia eu pegue minha trouxa de roupas e vou embora. Good bye, Brazil!  

Scotland, I'm still here!

Falkland ou Malvinas?

Perdoem-me los hermanos portenhos, mas esta ilha é um lugar tipicamente inglês, tem cara inglesa, cheiro inglês, povo inglês, cor inglesa e tudo o mais que puder imaginar. É um pedaço do Reino Unido mais perto de mim do que deles mesmos, lá no Atlântico Norte. A insistência da Argentina não tem sentido. Só porque é mais perto desse país do que da Grã-Bretanha, não quer dizer nada. Até o povo que lá reside não abre mão da cidadania inglesa. Então, hermanos, deixe-os em paz. Se vocês tem um pedaço de Ushuaia e Bariloche pra que querem mais?

Como vou chegar lá com meu Land Rover?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cega ou surda ou aparelho nos dentes

Sem contar que numa tarde, enquanto a mãe costurava, peguei o cinto de um vestido e enrolei no pescoço. E fui apertando, apertando, apertando... Minha mãe viu que estava ficando roxa e correu para cortar o cinto que me esgoelava. Salvou minha vida.

- Por que, pelo amor de Deus, fez isso? - gritou desesperada.

- Queria saber como era ser enforcada.

Quando criança tinha umas atitudes, no mínimo, estranhas. Um dia, caminhando ao lado da mãe pela calçada, ela segurava minha mão. Notou que tropeçava sem parar.

- Mas o que é isso, não vê os buracos? - reclamou.

- Não. Estou de olhos fechados. 

- Por que? - perguntou atônita.

- Quero saber como é ser cega...

UM GRITO NO CINEMA

Lembro do filme, Marcelino Pão e Vinho. O cinema estava lotado, na tela a cena do escorpião, a que mais gostava. Então tapei meus ouvidos e dei um grito. As luzes não acenderam, mas todos viraram para me olhar.

No final do filme, perguntaram por que eu tinha gritado.

- Para saber como era ser surda.

A COLEGA FAVORITA

Ela chamava-se Antônia. Era filha da diretora do grupo escolar. Adorava suas botas ortopédicas e o aparelho nos dentes. Achava o máximo. E muito incomodei em casa para também usar as botas e ir ao dentista para pôr os ferrinhos. Ela falava se cuspindo. No recreio comia biscoitos de morango e tomava guaraná. Sempre me oferecia, mas tinha nojo do resto de bolacha que ficava dentro da garrafa. Minha merenda era uma maçã ou pão com patê.

TIRADENTES

Mais ou menos nessa época, no grupo escolar  perto de casa, fiquei sabendo que no outro dia não teria aula, pois era dia de Tiradentes. Horrorizada, perguntei em casa por que tinha que tirar os dentes.

Sempre adorei botas

Para o ovo pensar que era a galinha

Quando criança queria ter um galinheiro. Como não havia espaço nos fundos da casa, resolvi que, pelo menos, um pintinho queria ter.

Sempre fui uma criança tipicamente aquariana. Gostava de fazer "experiências" e sonhava ser cientista quando crescesse. Minha mãe ficava preocupada quando me sumia, alguma coisa andava aprontando.

Então um dia resolvi que um pintinho iria nascer no ninho que preparei na oficina do pai. Peguei uma caixa pequena de papelão e forrei com panos para ficar fofinho. Abri a geladeira na cozinha e peguei um ovo. Ninguém me viu. Coloquei o ovo no ninho, acendi uma lâmpada em cima e por cima da lâmpada botei um espanador feito de penas. Assim o ovo pensaria que era a galinha chocando. Deixei tudo ali e fui embora.

Uma fumaceira começou a chamar a atenção da família, que correu para apagar meu ninho pegando fogo. O espanador de pó ficou pelado. E me perguntaram por que fizera aquilo, podendo incendiar toda a casa.

- Eu queria chocar um ovo para ter um pintinho.

Resultado: o ovo cozinhou e o pinto não apareceu.