Resposta: ninguém! As pessoas que buscam na religião afro, candomblé ou nação africana porque precisa de amparo, direção, proteção ou orientação, não estão ali por curiosidade, ali estão porque estão sofrendo. Entram e sentam na frente do orientador, nem vou qualificar como pai ou mãe de santo - a maioria não merece - escutam o que os búzios caindo tem a dizer sobre sua vida e o dono de sua cabeça. A velha e antiga tradição e preceitos de que é necessário aplacar a ira dos deuses. Estão ali pedindo socorro. Os motivos não importam, são os mais variados. Então as conchinhas caem e os orixás respondem que é filho deste ou daquele orixá.
Vulnerável, a pessoa arruma dinheiro para fazer o que é preciso, quer melhorar, quer se curar, quer proteção. Enfim, o tempo passa, e tudo começa dar errado. Muitos ficam piores, doentes, tem perdas materiais. Desconfiados, vão jogar noutra casa de religião. Jogam de novo os búzios que respondem que o orixá não é aquele ao qual foi feito. De quem é a responsabilidade, quem vai "consertar" a vida do pobre coitado perdido numa infinidade de rituais sombrios e complicados.
Sem saída, e confiando que na nova casa tudo vai se arrumar, passa por nova feitura. E assim vai indo de casa em casa. Muitos estão agora no Hospital São Pedro, completamente desorientados, outros procuram nova religião, pedem auxílio na umbanda ou no kardecismo. Outros nunca mais acham o caminho. E volto a perguntar de quem é a responsabilidade! Está mais do que chegada a hora dessas discrepâncias e falta de responsabilidade de quem usa e abusa da religião afro para ganhar dinheiro, pouco se importando com o "filho da casa" que se fodeu e perdeu tudo; alguns a própria vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário