terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Hospital Divina improvidência e a imperícia

Eu não sei o que está acontecendo com este estabelecimento de saúde. Deve ser o período de férias, as altas temperaturas em Porto Alegre, a preguiça do setor dos recursos humanos. Não sei. Várias vezes fui bem atendida tanto na emergência quanto no setor de cirurgias.

Talvez por causa do planeta Mercúrio em movimento retrógrado e outros trânsitos desafiadores. Na chegada para fazer a tomografia computadorizada com contraste no dia 18 de janeiro, às 9 horas, fui recebida por uma atendente que me exigiu acompanhante. O que não me foi dito na entrevista para o procedimento dias antes. Expliquei que já tinha feito o mesmo exame anteriormente e não havia necessidade de alguém comigo. E seguiu outro argumento da moça na recepção:

- O exame foi marcado pelo IPE, portanto tem que pagar... O impasse foi resolvido com meu plano adicional, não sendo necessário pagamento nenhum.

Aguardei a chamada. Pontualmente, fui chamada. Tirei meus brincos e vesti um avental. Levaram-me a outra sala para ingerir o líquido incolor na preparação do contraste. Bebi um litro de algo que nem sei do que é feito. Então, chegou uma jovem dizendo que agora estaria inserindo um acesso na veia do braço direito. Ficou alguns minutos olhando de perto e alisando meu braço. Imediatamente notei que estava com dificuldade para visualizar a veia. 

- Quem sabe chama alguém com mais experiência para fazer isto, - sugeri.

Ela saiu dando uma rabanada com tromba de elefante. Minutos depois veio uma segunda auxiliar de enfermagem - ou algo parecido. Sorrindo, novamente meu braço foi atentamente olhado e acariciado em busca da veia. Botou o garrote e deu umas batidinhas. Sem luvas, espetou a agulha e colocou as fitas para fixar o tal acesso. Falei que ela deveria usar luvas para fazer isso. Respondeu sorrindo que não precisava...

Fui levada à sala do tomógrafo. Deitei na assustadora máquina. A trombuda voltou para me auxiliar. "Bota os braços para cima", explicou. "Agora vou experimentar este acesso com o contraste".

Imediatamente senti um líquido gelado percorrer meu braço, meus ombros e meu cabelo. Avisei que estava molhada! Deduziu que a rosca do acesso estava mal colocada.

Trocou a rosca! Continuou vazando...

- Vou precisar botar este acesso no outro braço. Espetou a agulha com vontade. Ardeu como as chamas do inferno. É, também não funcionou. As minhas veias devem ter desaparecido! E avisou que chamaria outra pessoa para botar o tal acesso na minha mão.

- Não, por hoje ninguém mais vai me espetar agulhas! - disse. Levantei da máquina e fui embora indignada.

Na saída perguntei onde era a ouvidoria do hospital para reclamar do mau atendimento e imperícia geral.

- No quarto andar, senhora...

Já fiz este exame de tomografia inúmeras vezes e nunca aconteceu nada semelhante!

Como estava em jejum, tomei um café na cafeteria recentemente assaltada e resolvi notificar a ouvidoria pelo site do hospital em casa. Até hoje não obtive resposta do fato relatado. Lamentável!

Um comentário:

  1. Filme de terror, hein amiga? Mas realmente Mercúrio retrógrado é tempo de desencontro de informações. E voce acabou tomando aquela droga radioativa à toa? Agora dá um tempo prá desintoxicar e marca prá quando o bichinho estiver direto, ok? Beijinhos!

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