À Maria Inês Ribeiro
Era uma vez uma menina que nasceu careca, toda carequinha que nem uma bunda de mulher. A mãe vendo tal coisa ficou assustada e falou:
- Oh! meu Deus nem penugem tem!
O tempo passou normalmente e então...
A menina tinha o apelido de careca, mas não se importava com isto. No colégio era um gênio e sabia tudo até dava nojo.
Foi para a faculdade tirar o diploma de cabeleireira, porque gostava ( não sabia o motivo ) de cabelos. Exerceu a profissão por um mês e a deixou porque tinha comprado uma peruca. Ela percorreu um fazedor de perucas e apliques para o corpo, mas não encontrou homem com tamanha habilidade. Chorou pelos olhos sem pestanas...
A mãe dela a aconselhava, mas nada adiantava, ela chorava, e chorava e chorava...
Sem querer ela começou a estudar o capilar humano e descobriu que o cabelo tinha raízes na cabeça. Defendeu tese e tornou-se a melhor doutora em cabelos. Implantou as pilosidades em sua cabeça pelada e cresceu, cresceu, cresceu: ficou lindamente linda. Inclusive em todo o corpo. Ficou tão feliz que as lágrima escorreram pelo seu pescoço, era suor... suou de tanto rir a pobre anormal.
Mas os cabelos não paravam mais de crescer e nem caiam os podres.
E um dia o céu escureceu e choveu o dia inteiro. As estrelas cairam e o sol subiu; Deus enviou um castigo terráqueo a menia careca que não era mais. Qual seria o castigo?
A mãe dela entrou no quarto e levou tamanho susto que morreu.
Era a menina que estava tô-
da cabeluda, castigada por
haver alterado a natureza
capilônica humana.
Texto tirado deste raro livro escrito por Cristina Lewis - 1971
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