quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Doce Vida

Pra quem não conhece, esta é a imagem de uma das tantas fases de um joguinho viciante disponível no facebook. Jogo há meses, às vezes me irrito, mas continuo tentando até ver as doces balinhas se acomodarem num delicioso borbulhar de cores, quando então um locutor de voz grave anuncia "sugar crash", significando que seu jogo finalizou com sucesso. E você passa para a fase seguinte.

Quando me demoro muito numa determinada fase, dá vontade de desistir, mas minha curiosidade é maior: quero saber o próximo desafio. E assim, vou seguindo, jogando quase que diariamente, algumas vezes até a madrugada. Admito que muitas vezes me sinto algo depressiva, querendo suprir uma necessidade que não pode ser atendida no momento, então jogo balinhas coloridas na tentativa de me refugiar na vida doce virtual. Confesso que me dá vontade de comê-las, mas estão na tela... Também posso me sentir culpada de encher minha vida de doces, podendo engordar ou arranjar diabetes. Mas vou indo, muitas vezes comparando - como agora - o jogo com minha vida. "Você falhou, tente de novo", avisa o Candy Crush. E lá vou eu pedir vida extra para os amigos; nova chance. E aquela vida que me mandaram é rapidamente gasta e fico zerada de novo.

Assistindo a um comercial, ganha mais uma vida. Assisto. Mais uma chance. Perco de novo e a vida também. Ganhamos novas chances, uma nova vida, mas rapidamente se esboroa e voltamos à estaca zero.

E assim faço esta analogia entre o jogo viciante e minha vida com viciado em álcool. Jogamos juntos, ele me manda uma nova vida para poder continuar na doce saga, mesmo me oferecendo o que tem de mais velho, amargo e gasto, sua dependência do álcool que não tem fim. Tento de novo e de novo e de novo e de novo, até saber que a próxima fase pode ser mais difícil do que a que me encontro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário