Foi o dragão embaixo do braço dele que me chamou a atenção. Andava pra cima e pra baixo, meio cabisbaixo, de avental azul, carregando um livrão de capa dura e um dragão, parecia inofensivo, carinha simpática, confortável. Mais de perto, notei sua testa em forma de capacete, elmo; não sorria muito, concentrado em levar e trazer documentos do almoxarifado. Enquanto isso, o dragão aproveitava o passeio.
Um dia se aproximou, vinha trazer documentos para o diretor assinar. "Seu dragão é simpático", afirmei. Ele sorriu sem entender.
- Não precisa jogar búzios, és filho de Ogum.
Ele não entendeu.
A partir de então conheci um filho de São Jorge que domesticou seu dragão, tratando-o com água, ração e carinho. Ao contrário do santo guerreiro que mete a lança no réptil, ele prefere mantê-lo por perto e pedir carona ao próximo botequim. Bebe com o dragão e dorme em seus braços no meio da rua.
Dragão deste Ogum é bicho de estimação |
Meu dragão é o próprio ogum. Ele não carrega em baixo do braço ele anda a cavalo nele
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