quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ano-novo no hospital

Pior do que não ter dinheiro para as festas de fim de ano é passar o ano-novo no hospital, esperando em sala de pré-parto meu primeiro bebê morto nascer, às custas de um soro para apressar as contrações.

A primeira perda gestacional a gente nunca esquece, e sempre em final de ano, lembro que constatada que minha gravidez havia sido interrompida no dia 28 de dezembro, fui obrigada a ser internada em maternidade para aguardar o parto normal do meu primeiro filho.

No dia 2 de janeiro, pouco depois das 10 da manhã, com sangramento e as dores comuns ao parto normal, nascia amparado por uma bandeja de aço inoxidável, um bebê aos pedaços, pesando ao todo em torno de 300 gramas. O sexo não pôde ser identificado.

Lá na rua, ainda podia se ouvir os foguetes saudando a chegada do novo ano.

Estava calor, mas meu corpo tremia de frio, como se meu metabolismo estivesse fora de controle. Cobriram-me com uns três cobertores dobrados e me forraram para aparar meu sangue. Menstruava depois de quatro meses de gestação.

Aliviada por ter acabado a dor e o sofrimento, fiquei feliz em ser levada para um quarto, onde pude dormir e descansar.

Mal sabia eu que passaria por situação semelhante mais três vezes.
Meu primeiro bebê nasceu aos pedaços, com 300gr


2 comentários:

  1. Puxa vida minha querida, não sabia dessa parte triste história da tua vida.Muito triste mesmo.

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