Meu Papai Noel está literalmente preso na cruz, na cruz da obrigatoriedade do consumo, meio zonzo com as músicas natalinas e ofertas ensurdecedoras na tevê, no rádio e nas publicações. Até aqui no meu blog tem anúncios para as férias de verão, relógios e outros objetos de desejo que as pessoas costumam cultivar.
Meu Papai Noel tá preso na minha conta bancária em vermelho há alguns meses, sem possibilidades nem de comprar presentes para ninguém e nem para mim. Na verdade este Noel tá parecendo com a situação climática aqui no Sul: seco, sem chuva. Estiagem já preocupa o povo do campo. O rio dos Sinos agoniza com falta de chuva e poluição, sujeira e mortandade dos peixes. Um Natal atípico, mas previsível com o fenômeno La Niña. Fazer o quê? Esperar que daqui uns 15 dias a chuva volte a abençoar esta terra seca. E que meu Papai Noel no ano que vem possa estar mais livre e desimpedido para compartilhar esta época de alegria e festas com todos.
Por enquanto é só poeira, vento e florestas com risco de incêndios. Tomara que o fogo não chegue a queimar a cruz do Noel e seus presentes fora de seu alcance.
Para amanhã, com a previsão da meteorologia, há possibilidade de vendavais, granizo e ventos fortes. Quem sabe, depois da chuva sagrada, brotos e flores comecem a desabrochar. E o Papai Noel suje suas botas com barro ao percorrer todos os lares gaúchos, inclusive o meu. Eu acredito em milagres.
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