segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lista Negra: calvário para financiar um carro

Nas duas últimas semanas, interessada em comprar um carro dando o meu de entrada nas revendas, meu cadastro para financiamento foi negado, indeferido pelos seguintes bancos: Santander, Crefisa ou algo parecido e, surpreendentemente, o banco onde tinha um financiamento do carro quitado na semana passada, o Bradesco!

No dia 5 de agosto quitei a dívida no valor de mais de doze mil reais. A atendente que me enviou boleto para pagamento me disse:

- Em três dias úteis seu automóvel será liberado no Detran. O tal do gravame para passar para meu nome.

No sábado encontrei um novo carro para comprar, dando o antigo como entrada e financiando o restante. Pedi ao vendedor que tentasse pelo Bradesco, já que o antigo estava alienado a esse banco. Para a minha surpresa fui negada. Me disseram, "olha, seu cadastro para novo financiamento não foi aprovado."

- Mas por que? - perguntei indignada.

- O sistema não diz o motivo.

Então lembrei da famosa Lista Negra dos bancos e instituições financeiras que em represália a processos judiciais carimbam seu cpf e não mais te concedem um financiamento. Pronto! É ilegal! É inconstitucional. E quem muda isso? País de merda!

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(E tem gente que se indigna comigo por detestar este lugar chamado Brasil!)


Bancos criam “lista negra” do crédito

Consumidor que já acionou Justiça para questionar contratos não consegue aprovação de financiamento
São Paulo – A dificuldade que algumas pessoas encontram ao tentar financiar um carro novo pode estar relacionada à chamada “lista negra” formada por bancos e financeiras. O ranking restringe o acesso ao crédito a consumidores que recorreram à Justiça para reivindicar as cobranças abusivas a que foram vítimas nos contratos de empréstimos. As informações são compartilhadas entre as instituições financeiras.

Mesmo aqueles que possuem o nome limpo – não consta no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) ou Serasa – ou que tiveram ganho de causa na Justiça continuam na lista, como é o caso da servidora pública Lúcia de Lourdes Pereira, 53 anos. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, ela explicou que teve seu pedido de financiamento negado em duas revendedoras de automóveis, após ter enviado informações para cinco instituições financeiras. “Comentei se seria por causa de uma ação que movi contra o banco Itaú no ano passado reivindicando a cobrança de taxas ilegais, e os dois funcionários responderam que com certeza era isso, que eu estava numa lista negra que é distribuída para todas as financeiras e que onde eu for terei o crédito negado”, conta ela.

As instituições cobram taxas abusivas para concessão de financiamentos e empréstimos, como a de abertura de crédito, a TAC, ou a título de serviços jurídicos ou serviços de terceiros, o que deixa a dívida mais cara.

De acordo com o que consta no Código de Defesa do Consumidor (CDC), além de ser ilegal repassar informação depreciativa do consumidor no exercício de seus direitos, caso de quem vai à Justiça; não é permitido recusar o fornecimento de produto ou serviço se não for devidamente comprovado o motivo.

Para Juvândia Moreira, presidenta do Sindicato, critica a prática. “As instituições financeiras, que cuidam do dinheiro da população, devem contribuir com o crescimento econômico por meio do financiamento da produção e do acesso ao crédito ao alcance de todos”, completa.

Esse tipo de atuação dos bancos e financeiras vai, ainda, contra as ações do governo federal, de apostar na política de concessão de crédito para garantir o crescimento econômico.


Redação, com informações do Correio Braziliense - 18/5/2012
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