Maldição da serenidade

Não sou muito simpatizante da serenidade, me dá sono. Uma vida serena é uma vida sem graça, sem adrenalina, sem stress. Aliás, esses quesitos humanos viciam. 


Serenidade é ter a alma parecida como a de uma ovelha que baixa a cabeça e pasta o dia todo, Não há nada a fazer, nenhum desafio; talvez possa ter medo de ser carneada no meio do pasto e ter sua lã retirada para fazer sua blusa que é vendida no shopping ou mesmo como um tapete aconchegante no artesanato.

Ser serena é ter sono e ficar à vontade pendurada numa cruz ou sentada contemplando um penhasco pra decidir se pula ou não. Não, não vai pular, você está serena e de bem com a vida, de mau com a morte e com o bicho selvagem que mora dentro de você.

 Serenidade é se mijar de medo do desconhecido ou enfrentar com garra o que precisa ser feito. A impotência é uma merda, é um deboche de Deus perante sua fragilidade humana. Aceitar de coração as dores impostas pelo destino ou por seu deus é abdicar de sua natureza divina. Somos deuses também. Ovelhas e gado pastam. Gente luta!