Ciro Lewis, meu primeiro mestre |
Deslizo pelo gel da estrada. fzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz não dá pra definir minha velocidade, deslizo sem parar, não há nada pra ver no caminho, não tem pedras nem árvores, apenas um nada feito de gelatina. Não sei o que visto nem o que uso nos pés. Estaria nua? Me lembro que hoje não escovei os dentes, não lavei o rosto nem penteei os cabelos. Mas sei que lavei a louça, arrumei o balcao novo da cozinha. São só lembranças. Nesse deslizamento em gel, posso me considerar apenas um ente etéreo. Deslizando. Não está escuro nem claro. O céu se confunde com a terra. Não há horizontes, nem pássaros, nuvens, nada. Deslizo.
PORTA PARA A ESCURIDÃO
Isso me faz recordar um sonho inquietante. Sonhei que estava (deslizando num grande salão, meio amarelado, como prédio antigo). Pessoas conversando aqui e ali, em pequenos grupos. Não reconheci ninguém.
Olhei à direita, um homem desconhecido tocando piano, tipo dedilhando, brincando. Recostado no piano, reconheci meu tio bruxo (ele já havia morrido).
Deslizando me aproximei dele e beijei sua mão, como que pedindo seu consentimento para seguir meu deslizamento. Ele sorriu dando permissão. Então deslizei atravessando o salão. Na minha frente uma porta aberta. Parei. Do outro lado: total escuridão. Não fiquei com medo e entrei.
Deslizando me aproximei dele e beijei sua mão, como que pedindo seu consentimento para seguir meu deslizamento. Ele sorriu dando permissão. Então deslizei atravessando o salão. Na minha frente uma porta aberta. Parei. Do outro lado: total escuridão. Não fiquei com medo e entrei.
Quando contei este sonho à minha mãe, ela disse que meu tio tinha um primo que tocava piano e ele também já havia morrido.
Você tem medo do escuro?
Acima a foto do meu tio Ciro, mago e astrólogo. Quando me iniciava com ele na magia, recomendou que nunca, mas nunca mesmo colocasse sangue em minha cabeça. Portanto, ele já sabia que eu era abikum!
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