Muito em moda hoje em dia, inclusive com nome em inglês. No meu tempo era implicância, encheção de saco, gente com espírito de porco. Estava no colégio das freiras, chamava-se São Francisco de Assis. Um santo maravilhoso que até hoje nele tenho fé. Pena que as freiras, na época, não estavam à altura do santo homem! Havia preconceito nesta escola, alunos com bolsa, alunos sem bolsa, ou seja, pagavam em dinheiro as mensalidades. E, como não poderia deixar de ser, tinha a Madre Superiora, aquela que interagia com mais proximidade com os alunos. Tinha que usar, sem desculpa, saia abaixo do joelho, camisa branca impecável, bermuda franzida para a ginástica. Imagine isso! Todas pareciam repolhos correndo para um lado e outro. Patéticas.
Lembro de numa manhã gelada e com nevoeiro ter sido mandada embora ao chegar no portão da escola para entrar. Meu uniforme não estava de acordo! Por baixo da saia fininha minha mãe tinha me sugerido usar uma calça de lã, o que a madre não admitiu!
E assim era a rotina naquele colégio. Lá pelas tantas, eu era líder de algumas meninas, enquanto que outra colega liderava outro grupo. Não lembro que encrenca tinha. Ninguém suportava se olhar. E o tempo foi passando e a implicância aumentando. A raiva do grupo oponente recaía sobre mim. E fui aguentando, aguentando, aguentando. Meu apelido: a gorda! Debochavam e me imitavam. Meu ódio subiu a níveis elevados. Um dia decidi. Vou dar fim nessa situação.
Esperei a guria líder do outro grupo sair do colégio. Sabia que ela fazia a pé o mesmo trajeto que eu. Foi fácil. Quando ela passou por mim não tive dúvidas, quebrei ela a pau, sem encostar minha mão! Só com a minha enorme e pesada pasta de couro, rodopiando-a de um lado a outro. Um vizinho ouviu os gritos dela e veio apartar, acho que quebraria ela mesmo. Ela saiu correndo e eu, satisfeita, fui embora para casa. Pronto. Terminou a implicância, os apelidos, os desaforos.
Se você está sofrendo com alguma coisa semelhante, pense nisso. Uma boa surra resolve!
Nenhum comentário:
Postar um comentário