terça-feira, 24 de maio de 2011

Morando com exus

Plutão na época transitava pela minha casa 4, em Escorpião


Sem Exu não se faz nada

Depois do meu encontro com o Bode na adolescência, passei um tempo apenas lendo e pesquisando muito sobre os temas ocultos. Lá pelas tantas, depois que meu primeiro casamento terminou, que fui morar num flat da Independência, que estudava astrologia na GFU - Grande Fraternidade Universal, resolvi que era hora de agir. Por minha conta e risco entrei na religião afro, afinal era o que tinha de mais mágico perto de mim. Não havia à disposição de bruxas como eu grupos wicca ou algo parecido. Em meu entendimento, a religião afro servia, como pesquisa, como curiosidade. Me deram para o orixá errado. Descobri recentemente que sou abikum, nasci pronta, portanto, ninguém pode botar sangue na minha cabeça. Naquela época foi um desastre atrás do outro. Meu coração ainda pulsava pela magia. Me entrega os exus, pedi a mãe de santo. O que ela prontamente o fez. E eles, o casal numa casinha vermelha, que chamam de tronqueira, foram morar comigo no flat da Independência.

Você deve estar achando que sou meio louca. Não discordo. Sou. Minha vida deu um salto e sobressaltos não faltaram. Imagine, morar com exus em um apartamento esmilingüido. Estava realizando um aspecto desafiador em meu mapa natal, afinal, estudava astrologia. Júpiter em Touro no Meio do céu em oposição a meu Mercúrio afogado na casa quatro, em Escorpião. Tinha que haver uma maneira de conciliar essa oposição, fazer via magia que estas duas energias interagissem, e que, finalmente, Júpiter em Touro pudesse me abençoar. Fiz isso aos trancos e barrancos. Funcionou. Mas sabe-se lá a que custo!

Tarde da noite lá ia eu despachar a bebida deles, os bifes que nunca apodreciam. A carne simplesmente endurecia desidratada dentro da casinha. Isso me encantava. Finalmente, eles estavam ali comigo.

DEGOLAR A GATA

Às vezes, tarde da noite, levantava da cama. Ali na frente da casinha embaixo da escada me acocava e conversava com os compadres. Pensamento tipo degolar minha gata era frequente. Não gostava. Com o tempo ia embora. Outros do tipo visitar o cemitério à meia-noite também eram sentidos. Chegar na frente da porta do meu apartamento, no corredor do edifício, e sentir cheiro de lixo, era um sinal. Cheiro de carne em putrefação, outro sinal. O que afinal eles estavam querendo me alertar?

Com o tempo saí da casa de religião. Mudei de endereço e levei-os junto comigo. Agora moraríamos numa cobertura e não teriam ninguém caminhando sobre a cabeça deles.

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