Tive esse "topete" de estilizar uma missa negra em sala de aula do curso de História na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no início dos anos setenta, no meu entendimento o "boom" do ocultismo, magia e satanismo no mundo.
Era trabalho sobre religião da cadeira de Cultura Religiosa no primeiro semestre do curso. Cada um escolheu uma religião para pesquisar e apresentar. Eu escolhi satanismo. Pensei que iam vetar ou censurar. Para minha surpresa, aceitaram. A luz de velas encenei uma missa negra. Claro que sem a mulher nua deitada no altar (seria demais!) Mas ficou bem interessante à luz de velas e com todos do grupo vestindo cor preta. Nota: dez!
E assim, mais ou menos por essa época, talvez um pouco mais cedo, como nome mágico de Eukaris, iniciei-me na magia, por minha conta e risco. Com alguns livros de magia, cabala, satanismo, montei meu altar. Nestes tempos morava isolada da família na casa dos fundos, pois minha casa estava sendo desmanchada para dar lugar ao novo sobrado de alvenaria. Nada me deixava mais feliz do que morar sozinha. Amontoada, é verdade.
Uma tarde, com enorme cartolina branca no chão, com o livro de Eliphas Levy, copiei sua famosa ilustração que se chama Baphomet de Mendes. Levei alguns dias para aprontar, mas ficou bem bonito, igualzinho. Fiz em caneta preta. Depois de pronto fixei-o na porta do meu quarto. Minha mãe deixou de me visitar. Ela achava aquele "bicho" horrível e monstruoso. Eu achava lindo e cheio de simbolismos. Como realmente o é!
Neste dia, neste momento de viver só, com meus livros de magia, meu altar e traçando pantáculos de proteção, assinei formalmente minha iniciação. Estava recomeçando nesta vida o que tinha deixado para trás em outra. Casei com Baphomet.
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