Quem vai por ali, entre as sombras da escuridão, apesar de levar dentro de si a luz e o significado da vida?
Quem no início da madrugada, depois de todo o serviço de casa e outros tantos, ainda encontra força e motivação para escrever aos que não tem o que ler ou mesmo entender, entender de sua dor sem sentido?
Quem veste aquela capa preta e encobre o rosto com receio de que alguém veja sua beleza diferente?
Quem anda à mercê dos planetas no céu, esgrimando oposições, conjunções e quadraturas?
Quem digita isso a essa hora com seu útero e suas vísceras?
Quem tem coragem de expor sua privacidade e suas marcas dolorosas num espaço virtual?
Quem se transforma em outra porque não pode ser ela mesma?
Quem pari ela mesma num bloco com letras de diversos tamanhos, cores, jeitos e alinhamentos?
Quem se identifica comigo pela mania de andar atrás das árvores, de olhar pro céu e compreender a dimensão e o tamanho de sua dor?
Quem tem coragem de manufaturar uma nova visão pra reconhecer sua cegueira?
Quem tem fetos mortos para cuidar, apesar de não darem trabalho nenhum? Uma mulher impedida de ser.
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