Com a ajuda da espetacular campanha que a mídia promove. O diabo assistiu ao programa da Globo, aquele que tem há mil anos, todos os domingos, depois do gasto Faustão, o pobre diabo resolveu seguir as receitas do doutor Dráuzio Varela e largou o vício.Só não conseguiu deixar de fazer maldades; isso vicia também e incomoda muita gente.
De cara limpa, barbeado, terno Hugo Boss, sapatos italianos e sem mais nenhum cheiro de cigarro nas mãos, o diabo instalou-se num escritório em grande gráfica do Estado. Ele não fuma há bastante tempo. Depois do cafezinho, rói as unhas e tem tiques nervosos. Não consegue se concentrar e perdeu o controle dos funcionários que perambulam perdidos entre montanhas de papel estocados. Ou sem estoque.
Sem fumar, ele não sai de sua cadeira de executivo. O diabo deixou de fumar. De beber e de dormir.
No entanto, não deixou de perseguir gente humilde com cheiro de cigarro ou álcool. Gente que mal e porcamente consegue pagar as contas. Controla, manipula e persegue os que fumam ou tem personalidade.
O diabo sem fumar está com os dias contados.
Enquanto conta os dias, quer enfiar goela abaixo seus paradigmas parados no tempo. Agora quer dividir o planeta entre os fumantes e os que não fumam, como se isso importância tivesse.
Enquanto o tempo passa e o senhor Dráuzio Varela impinge à sociedade o valor extraordinário que a ausência desse vício traz, pessoas continuam morrendo, independente do cigarro. Perseguir faz mal à saúde dos perseguidos e excluídos.
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