segunda-feira, 27 de junho de 2011

Conexão

Relendo o blog, vejo que minha conexão com o outro lado, talvez de uma quarta ou quinta dimensão é forte, mas absolutamente complicada e muitas vezes desconexa. Difícil de entender. Não sei se porque hoje estou triste e deprimida, ou se me faço de sonsa (seria sonça?) ou desentendida, minha vida é algo absolutamente incompreensível, patética, amorfa, perversa. Alguém já disse que falo só de coisas tristes aqui, mas, veja, o que vou contar de alegre?

Tá bem, reconheço que, apesar de tudo, sou alegre na minha tristeza  a maioria do tempo, que me esforço para conquistar meu espaço, que tenho saúde física e mental, vez em quando me permito a loucura lúcida, que estudei a metade da astrologia, o jornalismo inteiro, um terço da faculdade de História, li um montão de livros, tenho uma casa que meu pai me deixou, um irmão que me faz ver a realidade, sobrinhos adoráveis e lindos, um carro verde, pantufas macias, meu orixá protetor, megahair ruivo e muito longo, a origem celta e muito mais.

Por outro lado, suporto a síndrome do ninho nunca habitado, um casamento desfeito, outro aos pedaços, uma hora bom, outra não, uma profissão que nunca foi reconhecida, valorizada e muito menos remunerada à altura, os bebês que não viveram, mas estão no topo dos artigos mais lidos aqui, a busca das origens, meu grito de socorro virtual: eu estou aqui! E, por fim, as visões que me foram mostradas, nenhuma realizada. Foram as visões da frustração: o cavaleiro não me entendeu, a montanha em que eu não consegui descer e a casa que se desmanchou em pontilhados televisivos.

Por tudo isso e algo mais ando pensando em mudar o nome do blog: Orgasmo do Desprazer.

Vou chamar o demônio e saber o que ele me diz de tudo isso. Sim, porque Deus tem mais o que fazer. 

Meu templo é aqui



Depois de muito pensar durante todos estes anos sobre o significado do que vi noutra dimensão, sem entender muito bem tudo isso, pelo menos agora, hoje, depois de tudo que já andei, posso imaginar que minha casa é aqui, na net, porque a outra real está vazia.

A terceira visão

Procurei inutilmente na net alguma foto semelhante ao que "sonhei". Não achei nada parecido.

Depois da tentativa de descer na montanha, vi-me sentada na frente de um painel com três monitores de tevê ou computador. À minha esquerda, atrás de meu ombro, sentia a presença de uma figura sem rosto, mas sabia ser feminina, parecendo me auxiliar numa misteriosa procura. Estava de pé, como que me amparando. Pedi:

- Quero ver a casa... - disse mais de uma vez, demonstrando uma grande ansiedade .

- Quero ver a casa, quero ver a casa!

Então o terceiro monitor ligou e eu pude ver a casa que havia pedido. Era como se fosse um templo grego ou romano, que imediatamente se desmanchou numa imagem pontilhada como a da tevê que fica fora do ar. A imagem era em preto e branco. Então acordei com os olhos arregalados, sem entender nada.


Imagem da minha casa


A segunda visão

Acho que imediatamente o cavaleiro ter ido embora sem me ver ou compreender, senti que estava voando sobre montanhas, não montanhas verdejantes, eram montanhas muito altas, avermelhadas numa paisagem de deserto. Tentava aterrisar, mas não conseguia. Frustrada, segui voando.

Voei sobre a montanha sem conseguir pousar

A primeira visão



Ou alguma coisa parecida. Não sei realmente do que se tratou, provavelmente, tive uma experiência extracorpórea, ou seja, dormi e saí do corpo. Quando acordei, estava sem poder me mexer, o que caracteriza esta experiência. Somente os olhos abertos perscrutando meu quarto. Estava impressionada. Medo não.

Foi durante um sono da tarde, fim de semana. Em algum dia de 92 ou 93. Passava pela experiência difícil do divórcio, estudava astrologia na Grande Fraternidade Universal. Morava quase em frente ao local. Em meu interior, além do medo que a situação evoca, sentía-me confusa e sem saber o que esperar de minha vida dali para frente. Nesta situação, é comum ficar sem chão.

Depois de um casamento que durou 14 anos, onde tinha uma casa confortável (apesar de assombrada), uma vida estruturada e social movimentada, vi-me sozinha, sem ninguém, sem amigos, passando todos os fins de semana sozinha. Então, nesta solidão e tristeza, resolvi descansar após o almoço de sábado.

CAVALEIRO

Vi com os olhos da alma ou de meu corpo etéreo, alguns metros distante de mim, um homem usando chapéu, montado em seu cavalo. Olhando de longe não parecia um gaúcho nem tropeiro. No entanto, era um cavaleiro movimentando um laço. O cenário era um descampado amplo, sem montanhas ou vegetação. Estava cavalgando num campo  de trigo, ou algum tipo de plantação dourada. Então acenei e gritei:

- I'm here!

Isso mesmo, gritei noutra língua! Eu mesma me surpreendi falando inglês. "Ué, por que será que falo inglês com o cavaleiro?", pensei. E o cavaleiro, sem me ver ou ouvir, foi embora.

Cavaleiro no campo de trigo

sábado, 25 de junho de 2011

As três visões


Uma por uma vou contar. Aconteceu em algum dia de 92 ou 93, quando sozinha me experimentava no caminho da feitiçaria e astrologia. Não foram exatamente visões ou mesmo sonhos. Quando acordei não podia me mexer. Corpo paralisado. Só piscava, sem saber exatamente o que tinha ocorrido ou por quê. Em breve.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hy-Brasil!!!!

Não estou cumprimentando os brasileiros, tipo Brasil, estou aqui, comparando com outras postagens em que cumprimento o povo de Portugal, Escócia e Reino Unido. De certa forma, não tenho a intenção de saudar, é um grito de socorro, literalmente. Estou aqui, gente, e não gostaria de ficar aqui por mais tempo, sem ter a oportunidade de pegar minha trouxa de roupa e sair porta afora a descobrir terras de antepassados neste imenso quintal de Deus. Minha necessidade de conhecer este planeta é imperiosa, visceral. Com o planeta Vênus em Sagitário, na casa quatro, das origens, família, raízes, na verdade, meu norte, diz coisas e dá pistas do que realmente sou, em essência. A casa quatro do mapa natal também fala do final das coisas e para onde vamos quando morrermos, por isso nosso norte. Portanto, o sul é o Meio do céu, o signo ascendente é a direção leste e o signo descendente, casa sete, a direção oeste.

Como não poderia deixar de ser, com uma Lua progredida na casa 8 (da morte), em Áries, fazendo conjunção exata com Urano em trânsito, assistindo a série do History Channel, ontem às 21h, canal 55 da Sky, tive outro susto: coordenadas geográficas que apareceram numa mensagem cifrada para um militar da força aérea inglesa em novembro de 2004, quando tocou num ovni na Inglaterra. Apareceu-lhe na mente um mensagem com onze zeros e onze uns. Seria uma mensagem usada em computadores, código binário. O militar, depois de se aposentar e retornar aos Estados Unidos, pediu a um analista de sistemas que tentasse identificar aquela sequência numérica. Sem muita expectativa ou interesse, o analista descobriu que a mensagem se referia a um aviso que os aliens estavam aqui na Terra para a evolução da humanidade, seguida de uma coordenada geográfica. Pesquisando, descobriram que se referia a uma ilha no sudoeste da Irlanda chamada Hi Brasil!

Não caí da cadeira porque estava deitada. Olha o Brasil tendo origens no povo celta também. Estou cercada de celtas por todos os lados, com a Ilha Lewis de meus antepassados familiares e Trás-os-montes no norte de Portugal, também com sua origem celta, na Festa dos Rapazes e monumentos megalíticos por todo este país também.

Segundo o documentário, Hi Brasil seria uma espécie remanescente do continente da Atlântida, habitado por um povo altamente espiritualizado e que não gostava de interagir com os outros povos por os considerarem bárbaros ou primitivos. Brasil seria um nome que deriva da ilha irlandesa. Tudo isso dá muito o que pensar e pesquisar.

SAUDANDO O SOLSTÍCIO DE INVERNO

Aqui abaixo do Equador. Iniciou ontem, dia 21 de junho, às 14h, mais ou menos, quando o Sol ingressou em Câncer. Para nós do hemisfério sul é o momento de dar lugar à escuridão, com as noites mais longas do ano e os dias mais curtos. A escuridão está relacionada à magia, ao universo feminino, às bruxas, ao aspecto yin da vida. Logo abaixo,um mapa geográfico de 1595, mostrando a localização da ilha Brasil, no sudoeste da Irlanda.

Atlas de Mercator, 1595, ilha Brasil próxima a Irlanda











sexta-feira, 17 de junho de 2011

Trás-os-montes, estou aqui!

Festa dos Rapazes de Varge, tradição pagã

Pesquisando sobre a terra de origem do meu avô materno, Trás-os-montes, em Portugal, levei mais outro susto de gaiteiro: na Festa dos Rapazes, típica da região portuguesa, quem vai na frente é um gaiteiro com sua gaita de foles! Meu sangue celta então vem dos dois lados: da mãe e do pai!

Nome do meu avô era Delfim José de Araújo, uma criatura com olhos verdes e pele morena, gostava de música, tocava banjo e guitarra, amava o mar, pescar e um bacalhau à portuguesa. Canceriano do dia 16 de julho, veio para o Brasil acompanhado da minha avó Joaquina Teixeira de Araújo que tinha 16 anos. Naturalmente, os imigrantes portugueses vinham de navio tentar a sorte e melhores condições de vida aqui. Aportaram no Rio de Janeiro e depois desceram para o Sul, com uma bagagem plena de sonhos e esperanças.

Pouco ou quase nada convivi com vô Delfim (alguns dizem que seu nome era Delfino José). Encantava-me seus olhos verdes e seu gosto pela praia de mar, quando pescava o dia inteiro acompanhado de meu irmão.  Um dia perguntaram a ele:

- Só isso de peixe, seu Delfim? - olhando sua cestinha de vime com um ou dois peixes.

Ao que ele respondeu:

- Não! Já foi um caminhão carregado para Porto Alegre...

Era brincalhão. Certa vez contou que precisava botar a fralda da camisa para fora das calças, quando voltava dos bailes tarde da noite. Segundo ele, desta forma, as bruxas não o atacariam! Uma das tradições locais de um vilarejo de Trás-os-montes, região norte de Portugal, na divisa com Espanha. Portanto, segundo informação de minha mãe, teríamos também parentes neste país.

A distância entre Portugal e Brasil é o oceano Atlântico. Na época, a viagem só podia ser feita de navio. Imagine a coragem deles enfrentar a longa viagem - provavelmente não foi na primeira classe - que durava mais ou menos 30 dias. Eram corajosos e tinham a vontade de aqui se estruturar e constituir família. E foi o que fizeram. No Morro de Santa Teresa, bairro da zona sul de Porto Alegre, construíram casa com três pisos que também foi uma espécie de pensão ou albergue para todos os imigrantes portugueses que aqui chegavam. Além de pedreiro e construtor, meu avô trabalhava no seu restaurante no centro da cidade e no café na rua dos Andradas, também no centro.

O restaurante era perto das docas, onde grande número de estivadores e trabalhadores almoçavam. Minha avó Joaquina comandava a cozinha com zelo e mão firme. Também foi mulher corajosa, um pouco mais fechada que o vô brincalhão. Joaquina era aquariana do dia 3 de fevereiro. Morreu aos 96 anos.

Joaquina nasceu em 1888, numa aldeia de Guimarães, também no norte de Portugal. Não sei como ela e meu avô se encontraram nem como ou por que decidiram vir para o Brasil. Aqui tiveram quatro filhos, sendo o mais novo chamado Mário vivo e com saúde. Deixaram também seis netos, sendo que um deles é esta que vos escreve. Minha saudação ao povo de Portugal que me acessa diariamente. 

Caminho de Santiago ao contrário

Pensei que era somente eu que tinha vontade de fazer este caminho começando pelo fim. Pesquisando, achei Leonard Cohen, músico e escritor canadense, que diz ter feito esta trilha invertida, mas, não consegui acessar mais informações.

Como minha vida tem sido tão estranha, desde que me conheço por gente, que fazer o Caminho de Santiago começando pelo fim, ou seja, pela catedral do santo do mesmo nome, não seria anormal. Aliás, o anormal é parte do meu cotidiano. Estou com a Lua progredida em Áries fazendo conjunção com o anormal Urano em trânsito por Áries. Regente do signo de Aquário, Urano reforça mais ainda esta característica que chega às raias de apresentação em circo ou no Fantástico.

A peregrinação pelo Caminho europeu é citada em prosa e verso pela net, basta pesquisar, e uma enxurrada de textos e fotos saltam pela tela do computador. No entanto, todos os relatos contam do caminho feito pela direção correta. Ninguém se atreveu ou teve a idéia de percorrê-lo começando pelo fim, ou seja, pela catedral. Sabe-se que os peregrinos, ao longo da viagem, tem insights, experiências e visões místicas ou espirituais. Entram no caminho dum jeito e saem de outro, melhores, inteiros, plenos, com uma outra consciência superior ativada.

Até hoje, meu caminho de Santiago particular tem sido minha vida - que está dando pano pra manga neste blog. Concordo que algumas passagens são sangrentas, outras verdadeiros dramalhões, mais algumas, poucas mesmo, engraçadas, outras tristes, muito tristes. Entretanto, quando tiver oportunidade e minhas pernas permitirem, farei o Caminho de Santiago ao contrário, pra ver o circo pegar fogo...
Farei o Caminho de Santiago ao inverso

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Caminho Consciente





"Caminho da lua cheia é o 'Caminho Consciente', o caminho do antigo Tao, reformulado para as nossas mentes modernas. Na lua cheia pode haver um nascimento de luz, um nascimento de significado. A partir daí, seguimos adiante. Mesmo que o corpo seja castigado pela dor, mesmo que os homens morram aos milhões e que as estruturas do passado desmoronem, como folhas mirrando sob as rajadas do vento norte, mesmo assim o Caminho Consciente poderá ser palmilhado com entusiasmo e irradiação de 'personalidade', com a alegria criativa que brota das profundezas da inconsciência conquistada e do instinto assimilado.



E esta é a verdadeira mensagem do ciclo de lunação; pois embora os homens e a natureza sejam fustigados pelas tempestades desencadeadas através deste mundo de dualidade e de dor, de paixão e de sofrimento, ainda assim existe, em cada indivíduo, o poder de enfrentar estas tempestades com compreensão, com coragem e com fé; e de enfrentá-las, erguendo-se das trevas do instinto inconsciente para a luz da inteligência consciente, da possessividade do sexo para o oferecimento do amor, da cegueira do orgulho e da guerra para a lucidez da cooperação e da paz." O Ciclo da Lunação, de Dane Rudhyar

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Simpatia para Santo Antônio

Santo Antônio é casamenteiro

Hoje, dia 13 de junho, é dia de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro. Na verdade, ele é muito mais do isso. Ele costuma responder rapidamente aos pedidos feitos com fé. Isso porque ele está muito perto da gente. Há quem o vire de cabeça para baixo, indicando que o santo "tem que fazer algo a respeito de um pedido". Coitado! No sincretismo com a religião afro, Santo Antônio é o Bará, orixá mensageiro, o que leva rapidamente tudo aos orixás maiores. Portanto, cabe ao Bará movimentar esta energia toda. Amo Bará e Santo Antônio, sem discriminação! É uma energia.

Segue abaixo uma simpatia eficiente que se faz para conseguir um namorado.

Vá a uma flora, compre um pote redondo de cerâmica, pouco maior do que sua mão. E sete imagens pequenas de Santo Antônio, que caibam todas dentro do pote, alinhadas em círculo. Despeje bastante mel de verdade por sobre os antoninhos, fazendo seu pedido. Depois coloque a simpatia na área externa de sua casa, ou mesmo num local escondido dentro de casa. Esqueça! Vez em quando vá lá olhar. Se tiver muitas formigas, ótimo, sua simpatia será atendida brevemente e assim encontrará um amor. Depois despache na natureza. Só não vá fazer feitiço ou simpatia deste estilo na hora do eclipse lunar. Faça amanhã. 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Hello, people II


At this time, 56 minutes past midnight here in Brazil, the United States bear the mark of the count public who visit, read, research, or who knows what else here blog. Nothing more appropriate than greet them: hello, my people, thank you! At the same time, wonder where are the Scots? They not have computers? They prefer to watch television, listen radio, sing and have fun in pubs, picking up ghosts in castles? I plan on exercising my English more to be able to write my articles in that language.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Silence & Darkness


Minha bandeira na parede do quarto

O que parece isto? Aqui sentada na frente do computador escrevendo para pessoas que não conheço, abrindo minha alma, contando minhas histórias de criança, de adolescente, de adulta, meus sonhos, meus temores, lavando a roupa suja? Que parece isso, menina? Parece doida escrevendo também em inglês para saudar o povo anglo-saxão, cuidando o público nas estatísticas do blog, aguardando nesta hora da madrugada que algum escocês ou inglês ou até mesmo irlandês desavisado leia ou clique, por engano, um blog chamado Orgasm, em pesquisa sobre sexualidade, erotismo ou pornografia. E todos se deparam com uma bruxa engasgada e impedida de ser, de ter, de viajar. Uma bruxa brasileira de classe média. Não custa sonhar. Para o brasileiro é o que sobra: sonhar.

No breu da escuridão, no frio congelante da massa de ar polar que sempre vem da Argentina, eu aqui sentada com um olho na tela e outro na rua escura que vejo da janela. Não há ninguém e meu jardim continua imóvel, nada se mexe, não tem vento, só sereno. Não há barulho, silêncio nesta noite escura, e eu esperando que um vivente das terras altas da Escócia me acesse aqui nos  Pampas gaúcho. Talvez algum insone o faça. Enquanto isso, fico cuidando nas Estatíscas de onde vem meu visitante.  


Hello, people!

Castelo escocês, com certeza mal-assombrado


Neste momento, passados 56 minutos da meia-noite aqui no Brasil, os Estados Unidos vencem a marca da contagem do público que visita, lê, pesquisa ou sei lá que mais aqui no blog. Nada mais adequado do que cumprimentá-los: hello, my people. thank you!

E, ao mesmo tempo, pergunto onde estão os escoceses? Eles não tem computadores? Preferem ver televisão, escutar rádio, cantar e divertir-se nos pubs, catar fantasmas nos castelos?  Estou pensando em exercitar mais meu inglês para poder redigir meus artigos neste idioma.

Lewis Island

Lewis, uma da ilhas do arquipélago Hébridas, no norte da Escócia


Meu pai pegava o atlas geográfico e apontava com o dedo um grupo de ilhas no norte da Escócia, as Hébridas, sendo que a nossa ilha, dizia ele, era a Lewis, nosso sobrenome. Criança com olhar expressivo, achava aquilo o máximo, nossa família ter uma ilha! Mágico, glamuroso. Descendíamos daquela gente tão distante daqui do Brasil. Meu pai nunca teve dinheiro para mandar fazer árvore genealógica -  acho que nem havia quem o fizesse naquela época; mas era bom saber que lá no Atlântico norte a gente tinha uma ilha com o nosso nome.  

O pai dava a sua família algumas pistas de nossas origens, dizendo, por exemplo, que no Nobiliário do Estado do Rio Grande do Sul, constava o início dos antepassados aqui no Brasil, sendo que Lewis era nome importante no histórico do nosso Estado. Segundo meu pai, Lewis era apenas uma única família, sendo portanto, todos parentes em menor ou maior grau. Há Lewis nas cidades de Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Montenegro. Muitos anos depois descobri o nome do construtor da estrada de ferro Madeira-Mamoré: também um inglês de sobrenome Lewis. Há ingleses também em Londrina, no Paraná. Então os descendentes ingleses aqui no Brasil não passam de gatos-pingados, aqui e acolá. 

Fico triste por esta minoria racial. Ao passo que as colonizações de portugueses, italianos, árabes, alemães, poloneses e outros são tão significativas na composição racial e cultural do povo brasileiro. Isso sem falar no índio, no bugre, no negro e japoneses.

Na foto acima, os monumentos megalíticos também na Ilha Lewis, chama-se Callanish Stones. Podendo facilmente compará-los ao Stonehenge da Grã-Bretanha. Não saberia dizer se são da mesma época e nem se estão alinhados. Provavelmente, mais antigos, mas não menos importantes. Em alguma vida passada, certamente andava por entre as pedras a fazer meus rituais mágicos ao som da gaita-de-foles. 

Scotland! I'm here!

Toque para mim


Certo dia, perto do horário de almoço, estava fazendo compras no Zaffari Supermercado, loja do bairro Higienópolis. Andava com o carrinho de compras, mais batendo perna do que comprando, por entre os corredores, quando um som de gaita-de-foles me fez estancar. "Mas que som é este?", me perguntei, já sentindo um nó na garganta. Imediatamente, fui seguindo o som que vinha não sabia de onde. Devagar, saboreando cada nota musical, que penetrava meu coração e alma. Com a garganta apertada, olho cheio de lágrima, persegui o som por entre os corredores. Lá estava ele, um gaiteiro escocês tipicamente vestido. Alto, não sabia dizer se era escocês mesmo ou brasileiro. De uma distância segura, parei para ouvir a música que me maltrata a alma, de um amor tão intenso e uma saudade monstruosa da Escócia, lugar onde nunca estive - nesta vida! 

Observando a situação, deu para entender que era o lançamento de uma nova marca de uísque. Com o gaiteiro havia uma moça oferecendo aos clientes do Zaffari um copinho como degustação. Minhas pernas tremiam. Encabulada e muito emocionada não consegui provar a bebida. Creio que nem conseguiria engolir por causa do nó na garganta. Estava em momento de sublime reverência: não ao uísque, mas à música.

Parada ainda no mesmo lugar, num canto mais escuro da loja, ali fiquei um tempo longo, com os cotovelos apoiados no carrinho, segurando a cabeça, chorando. Perdi a fome e a noção do tempo. Viajei. Meu corpo estava ali, eu não. O gaiteiro parou para descansar. Sem o som encantado do instrumento, voltei ao Zaffari, com minhas compras e a lamentável situação financeira de não poder comprar o uísque novo nem tampouco uma passagem para a Escócia.  

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Blog: de tanque à berrante

Berro virtual e visceral


Nós, os comuns dos mortais, gente de povo, gente humilde, sem poder, sem acesso ao poder, público ou privado, sem ser amigo do editor do jornal mais influente da cidade, do país, sem conhecido nenhum na política de seu país ou de seu município, enfim, alguém que tem uma mala cheia de cacarecos emocionais pra carregar, sem destino, sem saber que fim dar a seus ossos e destroços, pode agora, finalmente, em seu blog particular, dar voz a sua dor, a suas frustrações e sofrimento.

 Seu blog pode ser seu caldeirão de transmutação dos cacarecos em jóias de significado interior; pode ser seu tanque para lavar a roupa suja, as limpas também, e pode ser seu instrumento do berro, do grito primal, daquelas coisas presas em sua garganta.

 Coisas que se não direcionadas e ou sublimadas podem se transformar em doenças terríveis. Sei que nasci com a veia literária ou jornalística (uma casa 3 com 3 planetas e mais roda da fortuna). Casa três do mapa natal nos diz como e de que maneira nos comunicamos, entre outras coisas. Pelo menos eu tenho esta sorte. Despejo aqui escrevendo o que vai na alma, no coração, no espírito. Berrar faz bem à saúde!

Meu grito é visceral, vem da minha garganta, das entranhas direto para este espaço virtual. Seria como berrar por um fio...

 Não sei explicar como é um espaço virtual como este. É mais ou menos como tentar entender a curvatura do universo. Mas berrar aqui é eficaz. Experimente.

domingo, 5 de junho de 2011

Roupa suja se lava no blog também!

Também serve, já que se torna terapêutico

Faça de seu blog um tanque de lavar roupas, ou mesmo um caldeirão virtual onde processas todas as suas dores, queixas, frustrações ou mesmo suas alegrias. Por que não? Ainda mais quando descobre que isso se torna quase uma terapia. No início dos anos noventa, quando chutei o balde do casamento, descobri que meu Livro das Sombras, na época, era minha eficaz e verdadeira terapia. Escrevi milhares de páginas até poder me encontrar de novo, depois do desencontro, da feitura de minha máscara de bruxa, na solidão.

Agora, os tempos são outros. E aqui se encontra uma maneira de também se focalizar em meio a tanta dor e significados. Podemos em nosso blog lavar nossa roupa suja. Há apenas um detalhe: seus parentes ou conhecidos podem se surpreender. Já pude sentir esta atitude. Afinal, este blog é público.

A minha roupa suja não é difícil de lavar, basta uma barra de sabão de sinceridade e água para o enxágue. Nem precisa usar amaciante, escrevo na "latinha" mesmo, doa a quem doer. Aqui mentira não está incluída. Se, por ventura, magoei alguém que me conhece, lamento. A verdade muitas vezes dói. Mas cura e limpa.  

Aquário: o ônus de ser diferente

Aquarianos preferem manteiga

O aguadeiro, símbolo do signo de Aquário


Talvez eu nunca me acostume com minha Lua em Aquário nem com meu Urano ascendente, em Câncer. Nem você! Isso porque acabamos sempre trilhando um caminho solitário. Isso muito mais do que ter Sol ou Ascendente neste signo, porque ter a Lua aquariana registra sempre seu mundo emocional, íntimo, sua bagagem psíquica, imaginação.

Ter uma Lua em Aquário é sempre muito complicado. Você se sente não pertencendo a este mundo, a lugar nenhum, a família (lua) nenhuma, como se estivesse flutuando em busca de um grupo que não conhece, ou mesmo nem existe!

Podemos aumentar este sentimento de vagar sozinho se tiver Câncer ascendendo no horizonte leste (o signo ascendente) e mais ainda se junto a este ponto tivermos a marca de Urano, o planeta regente do signo de Aquário - ou quem sabe, Urano em alguma casa angular de seu mapa natal. A propósito, sugiro que faça seu mapa natal, antes que seja tarde demais! E você passará a vida pensando que é uma maçã, e, na verdade, é uma laranja! Podendo correr o risco de ainda imprimir em seu túmulo algo que não condiz com sua mais verdadeira e profunda essência. "Eu vivi minha vida pensando ser uma maçâ, pensava como maçã, agia como maçã e sofria como maçã".  Quando, na realidade, depois de interpretado seu gráfico natal, você se descobre uma linda e maravilhosa laranja resplandescente! Descubra-se!

Voltando ao meu caminho solitário, deixo aqui neste blog o que de mais profundo vivenciei ao longo de minha vida, similar ao glifo aquariano, o homem que verte a sabedoria e suas experiências a todos, fraternalmente, sem distinção. Por enquanto, só quem não pode ler são os que não tem acesso a net. 

De qualquer forma, fico satisfeita em compartilhar com todos minhas dores, dissabores e angústias. A grande maioria de minhas histórias são verdadeiras, com exceção de alguns contos.  

Observe a  foto acima. É de comercial de margarina,  onde todos são jovens, perfeitos, bonitos, vivendo harmonicamente suas vidas, da maneira mais normal possível. Observe na foto. Tem o vô, a vó, o pai, a mãe e dois filhos. Trata-se de um café da manhã familiar  na beira da piscina. Lindo e perfeito! Infelizmente, longe de nossa realidade. Ainda mais para quem tem a tal Lua em Aquário. Talvez sejam do signo de Touro, alguns com Lua em Virgem, pois apenas alimentos  saudáveis encontram-se sobre a mesa. A menina sentada no canto direito da foto parece não estar muito interessada na conversa dos demais, não está sorrindo. Provavelmente, este ser tenha sua Lua em Aquário. Aquarianos não se sentem em casa neste planeta. Meio perdidos numa confusão geral - pois sintonizam o inconsciente coletivo. Como antenas, captam tudo. Alguns nem se dão conta disso. E seguem sua vida de modo errático, carregando seu saco nas costas em busca de um grupo que compartilhe do mesmo pão, do mesmo vinho, das mesmas idéias. Talvez, como eu, nunca se acostume ao isolamento, à exclusão por conta de sua excentricidade e ousadia. Ter a Lua em Aquário é interessante, chama a atenção, dá um magnetismo especial. Mas, vamos combinar, dói demais!