Lewis, uma da ilhas do arquipélago Hébridas, no norte da Escócia
Meu pai pegava o atlas geográfico e apontava com o dedo um grupo de ilhas no norte da Escócia, as Hébridas, sendo que a nossa ilha, dizia ele, era a Lewis, nosso sobrenome. Criança com olhar expressivo, achava aquilo o máximo, nossa família ter uma ilha! Mágico, glamuroso. Descendíamos daquela gente tão distante daqui do Brasil. Meu pai nunca teve dinheiro para mandar fazer árvore genealógica - acho que nem havia quem o fizesse naquela época; mas era bom saber que lá no Atlântico norte a gente tinha uma ilha com o nosso nome.
O pai dava a sua família algumas pistas de nossas origens, dizendo, por exemplo, que no Nobiliário do Estado do Rio Grande do Sul, constava o início dos antepassados aqui no Brasil, sendo que Lewis era nome importante no histórico do nosso Estado. Segundo meu pai, Lewis era apenas uma única família, sendo portanto, todos parentes em menor ou maior grau. Há Lewis nas cidades de Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Montenegro. Muitos anos depois descobri o nome do construtor da estrada de ferro Madeira-Mamoré: também um inglês de sobrenome Lewis. Há ingleses também em Londrina, no Paraná. Então os descendentes ingleses aqui no Brasil não passam de gatos-pingados, aqui e acolá.
Fico triste por esta minoria racial. Ao passo que as colonizações de portugueses, italianos, árabes, alemães, poloneses e outros são tão significativas na composição racial e cultural do povo brasileiro. Isso sem falar no índio, no bugre, no negro e japoneses.
Na foto acima, os monumentos megalíticos também na Ilha Lewis, chama-se Callanish Stones. Podendo facilmente compará-los ao Stonehenge da Grã-Bretanha. Não saberia dizer se são da mesma época e nem se estão alinhados. Provavelmente, mais antigos, mas não menos importantes. Em alguma vida passada, certamente andava por entre as pedras a fazer meus rituais mágicos ao som da gaita-de-foles. |
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