sábado, 12 de julho de 2014

Eu e a astrologia I

Plutão me fez morrer e renascer. Eu não era uma laranja, mas uma cereja!
Minha iniciação começou em julho de 1990 com professora com pouca experiência, mas nem por isso sem mérito, pelo contrário. O grupo era pequeno. Meu cérebro, não sei explicar de que maneira, fez uma volta de 360 graus, passando a perceber o mundo, as pessoas, a natureza, os ritmos e ciclos de uma maneira tão estranha quanto avassaladora. Enxergava o mundo com outros olhos. À medida que Plutão transitando em Escorpião se aproximava do meu planeta Mercúrio natal - quer dizer situado na minha casa 4, minhas raízes, casa, antepassados, meu chão - minha mente e meus estudos se conectavam de uma forma intensa e poderosa, abrindo portas, removendo véus. Finalmente, estava no caminho do autoconhecimento - principal objetivo do estudo desse oráculo.

Meus sonhos estavam ficando mais vívidos e intensos. Partes de mim iam morrendo, outras - desconhecidas se revelando. Estava iniciando a quadratura de Plutão com honrarias e dores. Posso comparar com as dores de parto de outra eu mesma. Renascia a cada dia. Tudo o que estava estabelecido e organizado em minha vida começou a mudar, pois nada mais fazia sentido. Nessa época, divorciei-me. Tudo doía e se transformava. Precisava disso. Vivia como se fosse uma laranja, embora fosse uma cereja.

Numa noite sonhei que estava sendo enterrada numa cova, o caixão não estava lacrado. Lá do fundo da cova podia ver os rostos chorosos de minha mãe e do ex-marido à beira do túmulo. Estaria eu dando adeus a eles e eles a mim.

LUZES PISCANDO E PEDRAS CAINDO NO TELHADO

Sentava na mesa da sala de jantar com todo o meu material de estudo, cadernos, livros, mandalas impressas. Em geral durante a tarde. Na sala de estar os abajures acendiam e apagavam, estalos. Achava o máximo! Com o tempo, dava para ouvir as pedras caindo sobre as telhas da casa. Saía para ver o que era. Nada. Não havia pedra nenhuma nem gente por perto.

Entendo que à medida que avançava para uma consciência mais ampla, despertava "poderes" latentes. Apenas aguardavam o momento certo para se manifestarem. Sentia também a presença de mestres guardiões, já que descendo de uma linhagem de gente especial, bruxos.

Naquela época não havia programas de astrologia de computador, muito menos essas máquinas! Tudo era calculado manualmente. Depois de calculado, desenhava os planetas e aspectos numa mandala já impressa. Especial gosto por essa maneira de levantar um mapa natal. No final dos desenhos, metade da interpretação já estava quase pronta. Belos gráficos coloridos, perfeitos retratos do céu em que a pessoa nasceu.

E sigo estudando até hoje, profundamente agradecida por ter tido essa oportunidade. A prática da astrologia muda sua vida para sempre.

Lá pelas tantas, dá vontade de voltar atrás, de fechar essa porta e nunca mais pensar no assunto. Mas é uma vontade que dá e passa. Impossível voltar a viver na escuridão. 

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