Imagine a fada Sininho grávida: suas asinhas transparentes não suportariam o peso de sua barriga. Portanto, deduz-se que as fadas são estéreis. Acho que, pelo menos, namoram.
Há uma semelhança entre as mulheres que não passaram pela iniciação da maternidade e as fadas. Na verdade, elas permanecem crianças, com asinhas, voando ali e acolá. A exemplo de Peter Pan que se recusa a crescer. As não-mães, por opção ou por impedimento, também permanecem com a ingenuidade de uma criança. Ou seja, a criança que mora dentro dela é muito mais forte e poderosa do que a mulher adulta que todo o mundo enxerga. Não perde o encanto, a magia, a generosidade e a inocência. Assim me sinto: não cresci. Andei perdendo uma das asas - logo nasceu outra no lugar - a capacidade de voar ou espalhar o pó de pirlimpimpim a minha volta.
A mulher que não tem filho é a criança que ela mesma tem que cuidar.
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